Neuro 101 – Portuguese

História do Neuromarketing

A combinação do neuro e marketing envolve a fusão de dois campos de estudo (neurociência e marketing). O termo neuromarketing não pode ser atribuído a uma determinada pessoa, começando a aparecer organicamente por volta de 2002. Naquela época, algumas empresas norte-americanas como Brighthouse e SalesBrain foram as primeiras a oferecer serviços de pesquisa de neuromarketing e consultoria, promovendo o uso de métodos e conhecimentos do campo da neurociência cognitiva. Em termos simples, o neuromarketing sugere que compreender e prever o comportamento do consumidor deve incluir a perspectiva da neurociência. Um número crescente de livros foram publicados em neuromarketing, neurociência do consumidor, psicologia do consumo, neurociência cognitiva e áreas afins. Para mais informações, recomendamos que você vá para a nossa lista de livros favoritos clicando aqui.

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A primeira  pesquisa acadêmica de neuromarketing foi realizada por Read Montague, professor de neurociência da Baylor College of Medicine em 2003 e publicada na Neuron em 2004. O estudo pedia a um grupo de pessoas para beber ou Pepsi ou Coca-Cola , enquanto seus cérebros eram escaneados em uma máquina de ressonância magnética funcional . Embora as conclusões do estudo tivesessem sido interessantes e intrigantes , o Dr. Montague não forneceu uma base racional de como nosso cérebro lida com escolhas de marca . No entanto , o estudo revelou que as diferentes partes do cérebro são ativadas quando as pessoas estão conscientes ou não conscientes da marca que consomem. Especificamente, o estudo sugere que uma marca forte como a Coca Cola tinha o poder de ” apoderar” um pedaço de nosso córtex pré-frontal. O Cortex Pré Frontal gerencia a nossa atenção, controla a nossa memória de curto prazo , e executa uma boa parte do nosso pensamento , especialmente o planejamento. Assim, de acordo com o estudo, quando as pessoas sabem que estão bebendo Coca Cola , eles realmente dizem que preferem a marca Coca-Cola sobre Pepsi e seu Cortex Pré Frontal acende. No entanto, quando elas não sabem qual a marca que estão consumindo , eles relatam que preferem Pepsi em seu lugar. Neste último caso, a parte do cérebro que é mais ativo não é o Cortex Pré Frontal, mas uma estrutura do cérebro mais antiga situada no sistema límbico . Esta área do cérebro é responsável pelo nosso comportamento emocional e instintivo . O estudo Coca-Cola e Pepsi pode não ter sido suficiente para convencer muitos pesquisadores de marketing que a neurociência pode ajudar a decifrar o código neural de nossas decisões , mas certamente foi o suficiente para começar um novo campo. Desde então, centenas de estudos foram realizados , confirmando a correlação entre o comportamento do consumidor e a atividade cerebral.

Entendendo o cérebro como um alto consumidor de energia

A realidade é que o cérebro é responsável por todos os nossos comportamentos de consumo. Para executar esses comportamentos e escolhas, o cérebro precisa usar uma grande quantidade de energia. Mesmo o cérebro representando apenas 2 % da nossa massa corporal, ele queima cerca de 20% da nossa energia. E a maioria das decisões que nós precisamos fazer durante um dia são tomadas abaixo do nosso nível de consciência.

Isso explica porque usamos perto de 90% da energia do  cérebro  para manter o nosso estado de descanso ( rest estate) or default mode,  um aspecto critico da função do cérebro que é  realizada amplamente abaixo do nosso nível de consciência.  Então parece que usamos 10% do nosso cérebro de forma consciente. Pior, nós não controlamos a maior parte da nossa atenção, uma vez que estamos constantemente monitorando o ambiente por potenciais ameaças. Pois nada é mais importante do que a nossa sobrevivência. Somos amplamentes controlados pela parte mais ancestral do nosso cérebro conhecida pelo complexo R ou cérebro reptilano.  Essa estrutura inclui o tronco cerebral e parte do sistema limbico. O sistema reptiliano tem se desenvolvido ao longo de milhões de anos.

Ele é pré- verbal, não entende mensagens complexas  e procura evitar a dor sobre as emoções. É a parte do cérebro que nos faz torna  extremamente egoístas e nos leva a preferência de buscar por atalhos mentais. O aspecto mais poderoso do cérebro réptiliano é o fato dele ser capaz de processar os estímulos visuais sem o uso do córtex visual . É por isso que nós preferimos imagens sobre as palavras e explicações .

António Damasio,  um famoso e respeitado neurocientista disse : “Não somos máquinas pensadoras que sentem , somos maquinas de sentimentos que pensam ”

Introdução do Sistema Nervoso

Neuromarketing ajuda os profissionais de marketing, publicitários e especialistas em comunicação a melhorarem sua compreensão da base biológica da persuasão e do efeito que a mídia, em geral, exerce sobre o sistema nervoso. Para entender como neuromarketing cumpre esta promessa ousada, é importante você desenvolver uma compreensão básica do nosso sistema nervoso que é o que esta seção do nosso site é projetado a fazer.

Recomendamos alguns  livros e papéis adicionais no final desta seção para aqueles que querem aperfeiçoar esse conhecimento básico.

O Sistema Nervoso

O sistema nervoso é composto pelo sistema nervoso central (SNC) e pelo sistema nervoso periférico (SNP).

O SNC inclui o cérebro e a medula espinhal. Os neurónios e fibras fora do SNC representam o sistema nervoso periférico (SNP).

O SNC

O cérebro tem 4 lobos, 3 camadas, 2 hemisférios unidos por uma estrutura crítica chamada corpo caloso. As camadas do cérebro evoluíram ao longo de milhões de anos. A camada superior chamada de Córtex é a mais recente. A parte inferior do cérebro (também referida como o subcortical) é mais antiga. O cérebro é completamente formado no período da nossa adolescência. Já sua maturação de circuitos só é considerada completa até meados dos vinte anos.

A última parte do cérebro a amadurecer é o córtex pré-frontal (CPF), uma área crítica do cérebro responsável pelo foco, atenção, avaliação de riscos e memória de trabalho.

O SNP

A finalidade do Sistema Nervoso Parassimpático  é  conectar o sistema nervoso central para as os membros e outros órgãos do nosso corpo. É uma manta de fibras e neurônios que se comunicam, enviam instruções, informações e especialmente alertas. Ele é dividido entre sistema nervoso somático (SNS) eo sistema nervoso autônomo (SNA)

O Sistema Nervoso Somático é a parte do Sistema Nervoso Parassimpático que controla nossos movimentos voluntários através de músculos.

O Sistema Nervoso Autônomo ( SNA) é a parte do Sistema Nervoso Parassimpático ( SNP)  responsável pelas respostas involuntárias ou viscerais. O SNA afeta as taxas de coração, digestão, salivação, transpiração, dilatação pupilar e excitação sexual. As respostas do SNA são geralmente divididas em dois subsistemas: o sistema nervoso simpático (SNS) e o sistema nervoso parassimpático (SNP).

O Sistema Nervoso Somático é responsável por desencadear estados de excitação durante o qual os nossos batimentos cardíacos aceleram, as pupilas dilatam, mais glicose é produzida e adrenalina é secretada quando o SNP controla as respostas opostos com o objetivo de trazer o SNS a um estado calmo e relaxante.

Sistema Sensorial

O cérebro  processa uma enorme quantidade de informação que vem de nossos sentidos (audição, tato, visão, olfato e paladar).

A realidade é  que o cérebro faz isso por meio de cálculos complexos realizados pelos neurônios,  localizados frequentemente em áreas especializadas a uma particular função de processamento sensorial

Enquanto usamos todos os sentidos, o visual é considerado o sentido mais dominante, uma vez que utiliza cerca de 50% de toda a nossa energia e é apoiado por milhões de fibras que ligam os olhos a parte de trás do cérebro.

Os olhos antecedem o desenvolvimento do córtex. É por isso que muitos cientistas consideram que a visão ainda é amplamente controlada pelo circuito subcortical, especialmente voltada a orientações frente a situações de recompensas e ameaças.

As químicas que viajam através dos nossos neurônios excitam ou inibem a transmissão de neurônios.  Essas quimicas são chamadas de neuro-transmissores – a dopamina, por exemplo,  é um famoso neuro-transmissor envolvido nas respostas relacionadas a risco ou recompensa.

Enquanto o córtex visual é responsável pela parte mais sofisticada do processamento, o cérebro tem a capacidade de processar estímulos visuais básicos em uma estrutura minúscula do cérebro, localizado na área evolutiva e antiga chamada de colículo Superior (CS).

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Emoção e Cognição

As emoções são consideradas úteis para nós  porque elas guiam nossas ações e decisões.

O papel da estrutura reptiliana na produção de neurotransmissores e hormônios que afetam nossos estados emocionais é crítica.

Em qualquer situação, nós temos tanto uma resposta de baixo para cima ( botton – top),  que significa que o nosso comportamento é principalmente guiado impulsivamente e emocionalmente, ou nós possuimos funções cognitivas superiores, que neste caso  as respostas são descritas  como de cima pra baixo (top-down). Enquanto a maioria de nós acreditamos que agimos e decidimos racionalmente, a evidência vinda do campo especialmente da neurociência afetiva sugere que somos muito mais emocionais e irracionais na forma como decidimos.

A base neurobiológica das emoções é uma área de interesse crescente para muitos neurocientistas. Enquanto podemos experimentar milhares de emoções, 8 delas são as freqüentemente descritas como as emoções mais básicas ou primárias que sentimos durante estados de aproximação ou repulsão.

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